quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Segurança Publica


                O significado de “segurança publica” é na melhor das hipóteses complexo. Se perguntarmos a diferentes pessoas o seu significado, talvez tenhamos uma resposta diferente para cada entrevistado. Explico. Segurança publica poderia ser definido como: “manter a ordem”, por exemplo, mas esta resposta esconde um significado muito mais profundo, que vem passando despercebido em muitos lugares. Afinal de contas, segurança publica implica em as pessoas poderem sair de casa e não serem assaltadas, correto? Bem... Sim. Mas como exatamente esta situação poderia ser resolvida? Não tenho duvida que, 99% das pessoas responderiam algo como: colocar mais policiais nas ruas, punir as pessoas que cometem delitos de maneira mais rigorosa, etc. Resumindo: “Vigiar e Punir”. 
 
Mas será que esta é realmente a melhor maneira de resolver o problema? Nos Estados Unidos, um dos países que possui uma das polícias mais eficientes do mundo, não vemos os resultados de tais medidas. Porem logo ao norte dos EUA, ao cruzar a fronteira, as pessoas não tem o costume de chavear as portas!!! Bem vindo ao Canada! Um dos países mais seguros do planeta, assim como o Japão, entre outros que adotaram uma maneira diferente de encarar o problema. Nestes lugares não há a necessidade de policiais armados em cada esquina, aliás, no Japão, eles possuem apenas apitos. 
 
Bom, então o que há de tão diferente nestes países? Bem, o próprio leitor é capaz de responder a essa pergunta. Imagine a seguinte situação: Se no lugar de nossos habituais “brigadianos” armados, colocássemos os “policiais com apitos” – e apenas apitos –do Japão, o que você, leitor, acha que aconteceria? Exatamente, teríamos que nos trancar em casa com armas apontadas para as portas e janelas. Ok, e se déssemos armas de alto calibre para nossos policiais, aumentássemos o efetivo, o crime diminuiria? Diminuiria a ponto de podermos dormir de portas destrancadas? Claro que não, poderíamos dar tanques de guerra aos nossos policiais que isso não mudaria... Opa! Espere um pouco... Ah! É mesmo! Isso já aconteceu no Rio de Janeiro!!! Nós temos um problema cultural gravíssimo no Brasil, não apenas no Brasil, em boa parte do mundo.

Cultura e educação são as chaves aqui. No Brasil, temos o famoso “jeitinho brasileiro” para contornar... Tudo. De fato o brasileiro se supera na arte de fazer qualquer coisa da maneira mais conveniente para si, sem se importar com mais nada. Em Países desenvolvidos culturalmente, como os já citados, a população tem um senso de grupo, o famoso “não fazer para os outros, aquilo que você não gostaria que fizessem com você.” Ou melhor, “fazer aquilo que você gostaria que os outros fizessem por você.” Vou esclarecer um pouco mais: se eu perco a minha carteira, eu gostaria e muito, de ter ela devolvida como eu a perdi, logo, se eu encontrar uma carteira, eu vou devolver ela como eu a encontrei. Um povo culto tem orgulho de ser honesto e não de achar um “jeitinho” para tudo.

Você deve estar se perguntando “e o que a segurança publica tem a ver com isso?” é elementar meu caro Watson, tudo. Cabe às secretarias de segurança publica identificar e adotar estratégias para enfrentar este problema da maneira mais precisa possível. Atualmente pode-se definir as estratégias adotadas – se é que podemos chamar isso de estratégia – como newtonianas, “ação e reação”, “crime e castigo”, “vigiar e punir” ou simplesmente: medievais. Espera-se que o crime ocorra para que o criminoso possa ser punido. Já deveria estar claro que reagir é ruim, e que agir é bom.  Segurança publica deveria ser sinônimo de ação, de força pensante, de estratégia e não de reação ostensiva. Claro que existem outras coisas mais obscuras por traz de a segurança publica ser tão ineficaz em nosso país – jogos políticos – onde voto vale mais que qualquer boa ideia. Mas a essa altura, o leitor já deve ter percebido que este é mais um problema cultural que a segurança publica deve pensar. Segurança publica nada mais é do que: uma força pensante, que visa apaziguar os conflitos culturais em todas as esferas de um determinado cenário. Ou pelo menos deveria ser...

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