O
significado de “segurança publica” é na melhor das hipóteses complexo. Se
perguntarmos a diferentes pessoas o seu significado, talvez tenhamos uma resposta
diferente para cada entrevistado. Explico. Segurança publica poderia ser
definido como: “manter a ordem”, por exemplo, mas esta resposta esconde um
significado muito mais profundo, que vem passando despercebido em muitos
lugares. Afinal de contas, segurança publica implica em as pessoas poderem sair
de casa e não serem assaltadas, correto? Bem... Sim. Mas como exatamente esta
situação poderia ser resolvida? Não tenho duvida que, 99% das pessoas
responderiam algo como: colocar mais policiais nas ruas, punir as pessoas que
cometem delitos de maneira mais rigorosa, etc. Resumindo: “Vigiar e Punir”.
Mas será que
esta é realmente a melhor maneira de resolver o problema? Nos Estados Unidos, um
dos países que possui uma das polícias mais eficientes do mundo, não vemos os
resultados de tais medidas. Porem logo ao norte dos EUA, ao cruzar a fronteira,
as pessoas não tem o costume de chavear as portas!!! Bem vindo ao Canada! Um
dos países mais seguros do planeta, assim como o Japão, entre outros que
adotaram uma maneira diferente de encarar o problema. Nestes lugares não há a
necessidade de policiais armados em cada esquina, aliás, no Japão, eles possuem
apenas apitos.
Bom, então o
que há de tão diferente nestes países? Bem, o próprio leitor é capaz de
responder a essa pergunta. Imagine a seguinte situação: Se no lugar de nossos
habituais “brigadianos” armados, colocássemos os “policiais com apitos” – e
apenas apitos –do Japão, o que você, leitor, acha que aconteceria? Exatamente,
teríamos que nos trancar em casa com armas apontadas para as portas e janelas.
Ok, e se déssemos armas de alto calibre para nossos policiais, aumentássemos o
efetivo, o crime diminuiria? Diminuiria a ponto de podermos dormir de portas
destrancadas? Claro que não, poderíamos dar tanques de guerra aos nossos
policiais que isso não mudaria... Opa! Espere um pouco... Ah! É mesmo! Isso já
aconteceu no Rio de Janeiro!!! Nós temos um problema cultural gravíssimo no
Brasil, não apenas no Brasil, em boa parte do mundo.
Cultura e
educação são as chaves aqui. No Brasil, temos o famoso “jeitinho brasileiro”
para contornar... Tudo. De fato o brasileiro se supera na arte de fazer
qualquer coisa da maneira mais conveniente para si, sem se importar com mais
nada. Em Países desenvolvidos culturalmente, como os já citados, a população
tem um senso de grupo, o famoso “não fazer para os outros, aquilo que você não
gostaria que fizessem com você.” Ou melhor, “fazer aquilo que você gostaria que
os outros fizessem por você.” Vou esclarecer um pouco mais: se eu perco a minha
carteira, eu gostaria e muito, de ter ela devolvida como eu a perdi, logo, se
eu encontrar uma carteira, eu vou devolver ela como eu a encontrei. Um povo
culto tem orgulho de ser honesto e não de achar um “jeitinho” para tudo.
Você deve
estar se perguntando “e o que a segurança publica tem a ver com isso?” é
elementar meu caro Watson, tudo. Cabe às secretarias de segurança publica
identificar e adotar estratégias para enfrentar este problema da maneira mais
precisa possível. Atualmente pode-se definir as estratégias adotadas – se é que
podemos chamar isso de estratégia – como newtonianas, “ação e reação”, “crime e
castigo”, “vigiar e punir” ou simplesmente: medievais. Espera-se que o crime
ocorra para que o criminoso possa ser punido. Já deveria estar claro que reagir
é ruim, e que agir é bom. Segurança
publica deveria ser sinônimo de ação, de força pensante, de estratégia e não de
reação ostensiva. Claro que existem outras coisas mais obscuras por traz de a
segurança publica ser tão ineficaz em nosso país – jogos políticos – onde voto
vale mais que qualquer boa ideia. Mas a essa altura, o leitor já deve ter
percebido que este é mais um problema cultural que a segurança publica deve
pensar. Segurança publica nada mais é do que: uma força pensante, que visa
apaziguar os conflitos culturais em todas as esferas de um determinado cenário.
Ou pelo menos deveria ser...
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